terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Damien - do Spitsberg ao Cabo Horn", de Gérard Janichon



Título: Damien - do Spitsberg ao Cabo Horn
Autor: Gérard Janichon
Editora: Edições Marítimas LTDA

Após um bom tempo sem conseguir escrever aqui, parte em razão de minha preguiça congênita, parte em razão de eu estar de fato muito atarefado no trabalho ou correndo atrás de minha filha em casa, aqui estou novamente.
Terminei de ler “Damien - do Spitsberg ao Cabo Horn”, do Jerôme Poncet e do Gérard Janichon, ou como também é conhecido Damien I, pois existe o II e o III.
Este livro conta a história de dois franceses (três no início) colegas de escola que aos 17 anos decidem construir um veleiro para dar a volta ao mundo.
Foi um projeto de cinco anos, no qual eles trabalharam e estudaram para conseguir dinheiro para realizar o sonho deles, que ao final - com muita ajuda e esforço - foi possível.
Interessante que o autor, Gérard Janichon, não tinha a menor familiaridade com veleiros, e começou a viagem com ainda pouco experiência, já o outro tripulante, Jerôme Poncet, era uma velejador com alguma experiência, pois desde novo velejava com seu pai.
Eles saíram de La Rochelle na França em 1969 com rumo para a ilha de Spitsberg, no território ultramarino de Svalbard na Noruega, já dentro do Circulo Polar Ártico. De lá passaram pela Islândia, perto da Groelândia, Estados Unidos, Antilhas e depois pelo Brasil.
No Brasil ficar um bom tempo na Amazônia, depois Fortaleza, Rio de Janeiro, Ilha Grande e por fim desceram até Buenos Aires, para então chegarem ao Cabo Horn, terminando esta etapa da viagem em Ushuaia.
O livro não é muito técnico com respeito à vela, propriamente dita, é mais um relato de viagem com foco nas emoções dos viajantes do que na técnica. O autor dedica um bom tempo descrevendo a Amazônia, local que eles apreciaram muito, tendo inclusive contato com caboclos amazonenses que viviam em locais bem retirados.
É interessante a visão de dois franceses sobre o Brasil do início da década de 70, pós Copa do Mundo, no meio da ditadura. Uma das coisas que mais chamou atenção deles foi a corrupção dos agentes de alfandega e portuários.
Outra parte bem interessante no livro é a emoção deles quando passam pelo Cabo Horn, tendo conseguido fazer a passagem de leste para oeste, com tempo bom, e sem muita cerração.
Um outro fato que chamou minha atenção e que eu já havia comentado aqui é que a tradutora deste livro, Carmen Ballot, que traduziu vários outro livros desta editora, é uma das personagens do livro.
Ela morava na Ilha Grande na época e era casada com um jornalista francês que os autores visitaram.
Da mesma forma ocorreu no livro do Eric Tabarly. Ela foi tradutora e personagem, pois quando ele esteve no Brasil ele foi até a casa dela na Ilha Grande, tem inclusive fotos no livro.
Esta mulher deve ter sido uma pessoa interessante.
Agora quero ler os outros dois livros deles, depois posto mais aqui.
Bons ventos e boa leitura!

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