quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Everest

Dessa vez não posto nada sobre o mar...o mais perto disso é sobre a água, água congelada, neve...
Tenho um interesse muito grande em histórias de escaladas, principalmente as feitas nas montanhas geladas. Embora eu adore o mar, eu gosto muito também das montanhas, principalmente das cobertas de neve.
Estive na Antartica em 2010, foi uma experiência fantástica e só aumentou minha paixão por aquele lugar. Para mim continua a ser o local mais bonito que já fui em minha vida. E com certeza quero voltar (apesar de passar mal por 48 horas na ida na travessia do Horn e outras 48 horas na volta).
Não fui de veleiro, fui de navio, em um navio que depois ficou maldito ao ser abandonado no meio do oceano. Pior que eu tinha um grande carinho por aquele navio: "Luybov Orlova"...digavo.
Bem voltando aos livros, tenho uma predileção pelas expedições feitas ao Everest. Tenho sérias dúvida se um dia chegarei perto dele, mas gostaria de pelo menos fazer uma caminhada até o Campo Base.
Li alguns livros sobre o Everest, um deles acabei faz uns três dias, chamado "EVEREST: VIAGEM À MONTANHA ABENÇOADA", da L&PM, autoria do Thomaz Brandolin.
Eu já havia lido outro livro desse autor brasileiro, "SOZINHO NO POLO NORTE", também da L&PM. Indico ambos, valem a pena.
No livro sobre o Everest, Thomas conta como montou a primeira expedição brasileira ao Everest, com as tradicionais agonias para arrumar patrocinadores e dinheiro, incluindo aí a escolha da equipe e a viagem em si.
Gostei do estilo e da clareza de como ele escreve, ele conseguiu descrever com muita precisão as dificuldades pelas quais ele e sua equipe passaram. E como ele era o chefe da equipe, foi interessante ver como as coisas aconteceram sob o ponto de vista de quem tinha responsabilidade sobre os outros. E se tratando do Everest, responsabilidade sobre a vida das pessoas.

Outro livro que li faz pouco tempo foi o do Waldemar Niclevicz, chamado Tudo Pelo Everest.
Neste livro, diferentemente de no outro, o Waldemar participava sozinho de uma expedição francesa. Novamente aparecem as dificuldades financeiras envolvidas na empreitada.
Este é um livro muito mais intimista, no qual o Waldemar narra a expedição mas com um foco muito mais nas sensações dele. Gostei muito também, embora tenha achado ele um pouco chorão demais.
Tenho o outro livro dele, mas ainda não li.

O primeiro desses que li foi o "No Ar Rarefeito – Um Relato da Tragédia no Everest em 1996", do jornalista Jon Krakauer. Esse livro conta a história da fatídica expedição de 1996. É um livro até hoje muito questionado, tendo inclusive já sido escritos outros livros para criticá-lo.
Acho que vale muito a leitura.

Outro que li foi o "Mountains of the Mind" do Robert Macfarlane. Esse livro faz um apanhado geral da história das escaladas no gelo, desde os primórdios até a conquista do Everest, passando pela grandiosa história do Mallory.
Uma leitura mais arrastada, mas bem ilustrativa.

É isso, bem longe do mar, mas bem divertido.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

"O Mar é Minha Terra", Beto Pandiani

O MAR É MINHA TERRA


Título: "O Mar é Minha Terra"
Autor: Beto Pandiani
Editora: Grão Editora

Confesso que não tinha grande curiosidade pelas viagens e, consequentemente, pelos livros do Beto Pandiani. Sei lá a razão, talvez por achar desinteressante uma viagem em um catamarã, talvez por não me ver fazendo a mesma viagem, ou sei lá a razão.

Ainda bem - também não sei o porquê - que eu comprei este livro. na verdade mais do que a viagem que ele e um companheiro fizeram pelo Pacífico, neste livro há um grande apanhado de todas as outras travessias que ele fez.

Além disso, o Beto Pandiani surpreendentemente abre um bocado sua vida, conta histórias de sua família, de sua formação, não só questões ligadas à vela, mas À vida dele em geral.

O livro é um acerto, ele consegue mesclar as partes pessoais com as histórias das outras viagens e da travessia do Pacífico muito bem, se que o leitor se sinta perdido.

E as partes mais "pessoais" do livro são bastante interessantes, um pouco melodramática às vezes, mas nada diferente se espera de alguém que fala sobre si e sobre sua família. Afinal, como diria o outrora gênio da MPB, "de perto ninguém é normal".

Recomendo a leitura, me fez muito bem em todos os aspectos.

De um desconhecido, o Beto passou a ser alguém que admiro e que desejo toda sorte.

Ps.: nunca me imaginei viajando num catamarã sem cabine como o dele. Nas minhas viagens imaginárias é sempre um monocasco de tamanho médio, nada demais. Bem, após a leitura do livro continuo a não pensar nos catamarãs sem cabine. Mas que é bacana é.



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Taking on the World : A Sailor's Extraordinary Solo Race Around the Globe



Título: "Taking on the World : A Sailor's Extraordinary Solo Race Around the Globe"
Autor: Ellen MacArthur
Editora: "International Marine Publishing"

Comprei este livro na Amazom faz uns dias.
Comecei a ler agora. Estou achando muito interessante.
A Ellen MacArthur participou da Vendee Globe em 2000/2001 com apenas 24 anos, sendo a mais nova participante até então. Ela tirou segundo lugar na regata e se tornou a segunda pessoa do mundo que mais rapidamente deu a volta ao mundo em solitário.
O livro é uma autobiografia, bem escrita e gostosa de ler.
Ainda não terminei, mas aproveitei que escrevi sobre outro livro para comentar que estava lendo este.
Até agora, vale a leitura !

No Coração do Mar


Título: “No Coração do Mar”

Autor: Nathaniel Philbrick
Editora: Cia das Letras

Como informado logo na capa, a história contada neste livro é tida como a que inspirou Herman Melville a escrever o clássico Moby Dick. Trata-se da história do baleeiro Essex, cujo capitão George Pollard e sua tripulação partiram para uma caçada às baleias no Oceano Pacífico e foram atacados por um cachalote de forma inesperada e até então desconhecida.

Após este ataque o livro conta a tentativa de retorno dos tripulantes ao continente, com grande detalhamento do sofrimento, fome e sede que eles passaram. Conta também como uma decisão errada, fundamentada em preconceitos comuns à época, condenou alguns marinheiros à morte.

O livro traça um panorama da caça às baleias nos EUA e no desenvolvimento da ilha e condado de Nantucket. Faz interessantes análises sobre a história e a forma de viver dos ilhéus.

É um grande e belo livro, com uma quantidade enorme de informações relvantes, mas nem por isto uma leitura chata ou pesada, pelo contrário, muito prazeroso.

Recomendo a todos !


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Caixa d'água que só enche

Andei pensando em acabar com este blog. Fazia algum tempo que eu não postava nada aqui. Como já falei outras vezes, fico meio sem graça de escrever sobre livros que ainda não li, mesmo quando eu os conheça um pouco, mas é uma coisa meio sem sentido, elogiar/criticar algo que não se conhece.
Mas daí sempre vem a lembrança de que comecei este blog não para fazer resenhas sobre livros, pois além de eu não ter muito senso crítico, eu já percebi que não consigo muito bem passar meus sentimentos sobre uma leitura para o papel, no caso para o computador.
Eu comecei este blog para servir de repositório de livros sobre o mar, de forma geral.
Desde muito moleque - bem antes da internet - que eu sempre gastei tempo procurando livros de meu interesse. E a literatura náutica sempre esteve no centro de meus interesses, mas nem sempre foi fácil achar bons livros, muito menos selecioná-los.
Por isto continuarei com este blog, para quem sabe um dia ajudar pelo menos um perdido na rede que queira ler um bom livro sobre o mar e que não consiga encontrá-lo.
Mas hoje, como tem sido o costume nos últimos tempos, não falarei de um livro que acabei de ler, pois faz um bom tempo que não leio nada ligado ao mar.
Hoje falarei de minha lista de livros comprados e não lidos, lista que é como uma caixa d'água que só enche. Cada dia aumenta mais e não vejo a menor perspectiva de vê-la diminuir.
Neste final de ano, aproveitando o décimo terceiro e a desculpa de presentear-me, comprei alguns livros que faz um tempo eu estava querendo.
Noves fora temas que não tem nada a ver com este blog, comprei três livros que cabem bem no que aparece por qui.
São eles:

O MOTIM NO BOUNTY - A história trágica de um confronto em alto-mar
De Caroline Alexander

NO CORAÇÃO DO MAR - A história real que inspirou o Moby Dick de Melville
De Nathaniel Philbrick

ABAIXO DA CONVERGÊNCIA - Expedições à Antártica 1699-1839
De Alan Gurney

Como falei, ainda não li nenhum deles.
Mas todos me parecem bem legais.
Agora só me falta tempo...para ler e depois para comentar.

Bons ventos e boa leitura a todos !

Abaixo a descrição dos livros constante no site da editora:

O MOTIM NO BOUNTY
Dezembro de 1787. O HMS Bounty parte para o Pacífico Sul com a missão de buscar mudas de fruta-pão para alimentar os escravos das colônias do Caribe. Abril de 1789. No caminho de casa, após uma estadia no Taiti, o segundo-em-comando Fletcher Christian e seus adeptos lançam ao mar o capitão William Bligh e mais dezoito homens, com comida para cinco dias, num escaler de pouco mais de sete metros.
Enquanto o capitão navegava de volta para a civilização, Christian conduzia os amotinados ao Taiti e em seguida à remota ilha Pitcairn, onde, depois de queimar e afundar o navio, estabelece uma comunidade. Quando Bligh chega à Inglaterra, arma-se uma esquadra para capturar os amotinados e submetê-los a julgamento.
Ao longo dos anos, o motim teve inúmeras explicações. Talvez por influência - à época - das famílias dos principais personagens e, depois, de autores que preferiram se limitar a estereótipos, a história costuma ser contada como uma simples contenda entre as personalidades-chave.
Em O motim no Bounty, Caroline Alexander revisita os acontecimentos, contesta simplificações e nos oferece uma profusão de novos elementos, apoiada em meticulosas evidências documentais. Mais do que recontar as aventuras, ela contextualiza os fatos e reflete sobre as motivações de cada personagem. O resultado é um painel vívido, fascinante, de vários aspectos da sociedade inglesa do fim do século XVIII, particularmente dos ligados à vida dos homens do mar.
A saga do Bounty teve várias adaptações para o cinema, com Clark Gable, Marlon Brando e Mel Gibson no papel do rebelde Christian.

NO CORAÇÃO DO MAR
Em 1820, o baleeiro Essex foi atacado por um cachalote enfurecido e afundou rapidamente. Nunca se imaginara que uma baleia pudesse reagir aos pescadores que a perseguiam. O que se seguiu ao naufrágio foi uma longa provação pelas águas do Pacífico: amontoados em três botes, os marujos navegaram durante três meses, experimentando os horrores da inanição e da desidratação, da doença, da loucura e da morte, chegando à prática do canibalismo.
O episódio, que inspirou Herman Melville a escrever Moby Dick, ficou registrado em relatos feitos pelos sobreviventes. Baseado em ampla pesquisa e fontes inéditas, o historiador Nathaniel Philbrick reconstitui todos os detalhes da tragédia, dando vida aos testemunhos com seu vasto conhecimento em assuntos marítimos. Dos meandros da economia baleeira às técnicas de navegação a vela e o comportamento das baleias, No coração do mar reúne informações minuciosas sobre cada aspecto da história. Uma aventura que desafia o leitor a refletir sobre os limites da capacidade de sobrevivência humana.


ABAIXO DA CONVERGÊNCIA
A Convergência é uma linha que, a cerca de 800 milhas da Antártica, divide o hemisfério sul em duas regiões de climas opostos: de um lado, as terras temperadas do mundo "civilizado"; de outro, o inferno gelado descrito por Dante. Neste livro, Alan Gurney conta as viagens dos navegadores que se aventuraram abaixo da Convergência quando a Antártica ainda não havia sido descoberta e era apenas uma área gigantesca na imaginação dos europeus.
Durante séculos acreditou-se que no Pacífico Sul existia um continente de proporções asiáticas, habitado por milhões de nativos. Em 1768, quando o explorador James Cook zarpou da Inglaterra a bordo do Endeavour, tinha o objetivo de verificar até que ponto essa fantasia correspondia aos fatos. Tudo o que avistou foram algumas ilhas. Se havia ali um continente, era definitivamente bem menor do que se esperava.
Houve centenas de tentativas de atingir a terra mais ao sul do planeta - e o custo das descobertas foi alto. Capitães intrépidos e marujos que muitas vezes não passavam de adolescentes enfrentavam, por exemplo, muralhas de icebergs, tempestades que surgiam do nada, o terrível escorbuto (que dizimava tripulações inteiras) e mesmo o canibalismo de algumas tribos do Pacífico Sul. Feitas à custa de sangue, determinação e valentia, foram viagens que puseram no mapa um lugar fantástico onde hoje há cientistas tomando café em suas bases ao longo da costa e, às vezes, até turistas fotografando pingüins.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Novas compras

Do fundo de minha dificuldade de escrever aqui (preguiça + falta de tempo = impossibilidade) eu vou postar os últimos dois livros que acabei de encomendar na Amazon:

"The Man Who Challenged America: The Life and Obsession of Sir Thomas Lipton", Laurence Brady

"A Voyage for Madmen", Peter Nichols

Vamos ver o que acharei deles, mas acho que vai demorar também para eu ler os dois, pois a falta de tempo se reflete nisto também...ó vida !

Bons ventos !

terça-feira, 10 de setembro de 2013

"Damien - do Spitsberg ao Cabo Horn", de Gérard Janichon



Título: Damien - do Spitsberg ao Cabo Horn
Autor: Gérard Janichon
Editora: Edições Marítimas LTDA

Após um bom tempo sem conseguir escrever aqui, parte em razão de minha preguiça congênita, parte em razão de eu estar de fato muito atarefado no trabalho ou correndo atrás de minha filha em casa, aqui estou novamente.
Terminei de ler “Damien - do Spitsberg ao Cabo Horn”, do Jerôme Poncet e do Gérard Janichon, ou como também é conhecido Damien I, pois existe o II e o III.
Este livro conta a história de dois franceses (três no início) colegas de escola que aos 17 anos decidem construir um veleiro para dar a volta ao mundo.
Foi um projeto de cinco anos, no qual eles trabalharam e estudaram para conseguir dinheiro para realizar o sonho deles, que ao final - com muita ajuda e esforço - foi possível.
Interessante que o autor, Gérard Janichon, não tinha a menor familiaridade com veleiros, e começou a viagem com ainda pouco experiência, já o outro tripulante, Jerôme Poncet, era uma velejador com alguma experiência, pois desde novo velejava com seu pai.
Eles saíram de La Rochelle na França em 1969 com rumo para a ilha de Spitsberg, no território ultramarino de Svalbard na Noruega, já dentro do Circulo Polar Ártico. De lá passaram pela Islândia, perto da Groelândia, Estados Unidos, Antilhas e depois pelo Brasil.
No Brasil ficar um bom tempo na Amazônia, depois Fortaleza, Rio de Janeiro, Ilha Grande e por fim desceram até Buenos Aires, para então chegarem ao Cabo Horn, terminando esta etapa da viagem em Ushuaia.
O livro não é muito técnico com respeito à vela, propriamente dita, é mais um relato de viagem com foco nas emoções dos viajantes do que na técnica. O autor dedica um bom tempo descrevendo a Amazônia, local que eles apreciaram muito, tendo inclusive contato com caboclos amazonenses que viviam em locais bem retirados.
É interessante a visão de dois franceses sobre o Brasil do início da década de 70, pós Copa do Mundo, no meio da ditadura. Uma das coisas que mais chamou atenção deles foi a corrupção dos agentes de alfandega e portuários.
Outra parte bem interessante no livro é a emoção deles quando passam pelo Cabo Horn, tendo conseguido fazer a passagem de leste para oeste, com tempo bom, e sem muita cerração.
Um outro fato que chamou minha atenção e que eu já havia comentado aqui é que a tradutora deste livro, Carmen Ballot, que traduziu vários outro livros desta editora, é uma das personagens do livro.
Ela morava na Ilha Grande na época e era casada com um jornalista francês que os autores visitaram.
Da mesma forma ocorreu no livro do Eric Tabarly. Ela foi tradutora e personagem, pois quando ele esteve no Brasil ele foi até a casa dela na Ilha Grande, tem inclusive fotos no livro.
Esta mulher deve ter sido uma pessoa interessante.
Agora quero ler os outros dois livros deles, depois posto mais aqui.
Bons ventos e boa leitura!