terça-feira, 28 de maio de 2013

"A Volta ao Mundo em um 12 Pés", de Serge Testa



Título: "A Volta ao Mundo em um 12 Pés"
Autor: Serge Testa
Editora: Iluminuras

Em homenagem a um post que acabei de ler no blog do Cusco Baldoso (http://veleirobaldoso.blogspot.com.br/) resolvi escrever sobre um livro que não li, mas sobre o qual fique bastante curioso.
O livro conta a história do velejador australiano Serge Testa que em 1984 partiu de Brisbane na Austrália para dar a volta ao mundo em seu veleiro de 12 pés chamado Acrohc Australis.
Após mais de 27 mil milhas ele retornou ao ponto de partida em 1987, gastando um total de 500 dias. Esta viagem lhe garantiu um lugar no livro dos recordes como tendo realizado a circunavegação com o menor barco até aquele momento. Se não me engano este recorde ainda não foi batido.
Será que alguém se anima de fazer isso num 11 pés?
O barco Acrohc Australis, conhecido apenas como Acrohc, foi projetado e construído em alumínio pelo próprio Serge, tendo como objetivo ser quase indestrutível e insubmergível, qualidades estas muito necessárias para completar seu itinerário, afinal, além de ultrapassar os grandes oceanos do mundo, ele cruzou o Cabo da Boa Esperança.
E pelo que pude apurar sem ter lido o livro, ele pegou um mar próximo à Cidade do Cabo com ventos de mais de 50 nós e ondas de mais de 10 metros. E sobreviveu...
Nada mal para um veleiro de 12 pés.
O Acrohc hoje está no Queensland Cultural Centre, localizado na cidade de Brisbane.
Outra curiosidade é que o Serge nasceu na França, sendo filho de pais italianos, e os pais imigraram para o Brasil onde ele passou sua infância, retornando à França na sua juventude e por fim indo para a Austrália em busca de "praias bonitas".
Fiquei realmente com vontade de ler este livro, afinal numa época em que "mais" é sempre melhor, é sempre o desejado, se deparar com uma pessoa que fez uma viagem destas num barco deste tamanho é algo no mínimo fora do comum.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Cem Dias Entre Céu e Mar", Amyr Klink



Título: "Cem Dias Entre Céu e Mar"
Autor: "Amyr Klink"
Editora: Companhia das Letras (atual)

Parece redundante falar sobre o Amyr Klink. Talvez ele seja o navegador brasileiro mais reconhecido pelo grande público, e mais ainda pelos amantes do mar.
Seu reconhecimento não é por acaso, ele de fato realizou alguns feitos memoráveis, além de ser um grande incentivador e entusiasta das viagens, da região polar, dos barcos, da construção naval etc.
Talvez apenas um preconceito meu, mas acho que a superexposição dele na mídia gerou algum prejuízo na sua imagem.
Mas é só impressão mesmo, pois quando paro para ler ou reler algo que o Amyr escreveu sempre volto a admirá-lo. Muito.
Além de ser um ótimo escritor, Amyr demonstrou em todas suas expedições bastante coragem, capacidade de planejamento e estudo das condições do local onde iria.
Pode parecer que todas suas viagens foram fáceis de serem organizadas, mas pelos livros se confirma que os percalços foram muitos, com problemas de logística e financeiros, como qualquer desses projetos trás.
Vide também como exemplo as construções dos barcos do Éric Tabarly, os Pen Duick’s . Duas histórias de como a força de vontade pode muitas vezes fazer a roda rodar, mesmo que o terreno seja acidentado.
Escolhi este livro dele para meu primeiro post por ter sido de fato o primeiro que li e o primeiro que ele escreveu. Utilizei na foto da capa a edição que tenho, do antigo Círculo do Livro, que devo ter comprado em 1990 mais ou menos.
O livro trata da travessia do Atlântico em solitário a remo, em um pequeno barco de quase 6 metros chamado IAT, que hoje faz parte do acervo do Museu Nacional do Mar - Embarcações Brasileiras, localizado em São Francisco do Sul, Santa Catarina, no qual já estive e que recomendo a visita.
Amyr saiu em 10 de junho de 1984, de Lüderitz, na Namíbia, com destino ao Brasil, numa viagem que durou – como diz o título do livro – cem dias.
Uma das características do IAT de que me lembro bem era de que ao invés de se projetar um barco que não virasse, Amyr em função das condições de tempo e mar que possivelmente pegaria, optou por um barco que virasse com facilidade, mas que também – e mais importante – desvirasse muito rapidamente. Assim, em situações de mar muito complicado ele poderia se fechar no barco – fazendo alguns giros esperados – a fim de esperar a tormenta passar.
Realmente não me lembro se isto chegou a acontecer durante a viagem, mas foi uma solução que me marcou na época que li.
Com certeza postarei aqui outros livros dele, todos os que li são muito bons.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

"Navegar é Fácil", Geraldo Luiz Miranda de Barros






Título: Navegar é Fácil
Autor: Geraldo Luiz Miranda de Barros
Editora: Catedral das Letras



Acabo sempre aqui chamando os livros de clássicos, mas será que não é por eu ter começado a escrever sobre eles? Bem, não sei, mas sei que este livro é de fato um clássico do ensino das ciências náuticas aqui no Brasil.
Tenho a impressão de que todo mundo conhece este livro, e que seria mais do que redundante escrever qualquer coisa sobre ele, mas me proponho aqui a ir aos poucos falando de todos os livros que conheço ou de que ao menos tenho notícia ligado a literatura náutica, por isto gastarei algumas linhas.
Não sei ao certo qual foi a primeira vez que vi este livro, mas tenho certeza que era de meu pai e que era de uma edição bem antiga. Nestes dias resolvi adquirir uma nova edição, entrei em contato com o autor pelo site dele e recebi pelo correio a 13º Edição, com capa retrô, mas com conteúdo igual ao da 12º. O autor editou desta vez pela Editora Vozes, saindo da Catedral das Letras.
Foi uma sensação interessante ler alguns trechos que eu já havia lido quando criança, perceber que algumas das figuras que me intrigavam estavam lá, só faltou sentir o cheiro de livro velho, meio mofado, como o de meu pai.
O livro trata desde as normas da autoridade marítima até noções de meteorologia, sobrevivência e segurança no mar, passando pelo estudo das âncoras, da marés, do famoso RIPEAM (Regulamento Internacional para Evitar Abalroamentos no Mar), de como se utilizar uma carta náutica, dentre vários outros assuntos.
Confesso que às vezes acho o livro muito esquemático e meio longe da realidade, mais direcionado a um público da marinha mesmo do que ao navegador amador do dia a dia. Todavia, reconheço que há uma série de informações relevantes no livro, além de ser uma das melhores bases para quem deseja fazer a prova de Arrais Amador.
O autor, Geraldo Luiz Miranda de Barros, Capitão de Mar-e-Guerra da Marinha Brasileira, tem um inegável conhecimento de assuntos relativos a navegação, tendo editado diversos outros livros correlatos a este.
No livro que comprei agora ele me fez uma dedicatória na qual salienta os prazeres do mar, mas faz uma ressalva para que sempre se navegue com segurança.
Sábias palavras.

Complementando o post e sem o menor interesse, apenas para ajudar quem quiser comprar a 13º Edição do livro diretamente com o autor, segue o link do site dele e o e-mail:

Site: http://www.navegarefacil.com.br/
E-mail: geraldomiranda@globo.com

quinta-feira, 9 de maio de 2013

"Regulagem de Velas", Ivar Dedekam

Livros Regulagem de Velas - Ivar Dedekam (858874208X)

Título: "Regulagem de Velas"
Autor: Ivar Dedekam
Editora: Andrea Jakobsson Estudio Editorial Ltda

Comprei este livro esta semana. Confesso que ainda não li, mas já dei uma boa folheada e gostei bastante.
Vi diversas indicações para a compra dele, que seria uma boa teoria de regulagem de velas.
Outra que vi também é um livro americano com artigos sobre velas que depois eu irei posta aqui.
O site do autor tem algumas informações, para quem se interessar: http://www.dedekam.com/velas-brazil.html
Vamos ver se esta teoria vai me ajudar ou não.
Sei que a prática é que faz a diferença, mas não resisto a uma teoria.
Talvez isto embote um pouco meus sentidos, tire de mim a espontaneidade do aprendizado.
Por outro lado, existem coisas que não conseguimos evitar. Quando entro em conjtato com um assunto sempre busco ler sobre ele e tentar entender a teoria por trás, a história, os fundamentos.
Talvez seja por isto que as crianças aprendam com tanta facilidade, elas não estão nem aí para as razões, elas só querem curtir.
E eu, fico aqui, pensando, pensando, e fazendo pouco, e me arriscando pouco.
Coisas da vida...mas aos poucos eu vou indo, talvez esta viagem relaxada, devagar, pelas beiradas seja meu jeito de fazer as coisas. E talvez a chegada não seja, por impossível, a parte mais importante.
Alguém já leu este livro? O que achou? Recomenda algum outro?


segunda-feira, 6 de maio de 2013

"Polaris - A História de Intriga e Assassinato na Fatídica Expedição Americana ao Pólo Norte", de Richard Parry

Livros Polaris - a História de Intriga e Assassinato na Fatídica Expedição Americana ao Pólo Norte, Em 1871 - Parry, Richard (858864715X)

Título: "Polaris - A História de Intriga e Assassinato na Fatídica Expedição Americana ao Pólo Norte"
Autor: Richard Parry
Editora: Landscape Editora

Esse é um livro sobre o qual vi muito pouca referência nas minha andanças por sebos, sites e livrarias.
Achei-o por acaso em um sebo no centro de São Paulo, em ótimo estado por sinal. E como tratava de um assunto que me interessa arrisquei a compra e não me arrependi.
O livro conta a história da expedição norte-americana Polaris, que em 1871 tentou ser a primeira a alcançar o Polo Norte, não tendo contudo obtido exito.
O que mais chama atenção nesta história foi a morte do capitão do navio no meio da viagem, sendo que anos depois se confirmou que ele fora envenenado por arsênico.
Havia muita rivalidade entre o corpo técnico e a tripulação do navio, talvez daí tenha vindo a causa da insubordinação e do envenenamento.
Parte da tripulação ficou à deriva em uma placa de gelo por mais de seis meses, passando extrema necessidade, fome e frio. Uma cena que não me sai da memória foi a de os tripulantes comerem o couro das roupas e utensílios no desespero de matar a fome no meio do gelo.
O navio Polaris naufragou e a outra parte da tripulação, após um inverno no gelo e muito sofrimento, também foi salva.
Um belo livro sobre uma expedição pouco conhecida.