Título: “O Longo Caminho”
Autor: Bernard Moitessier
Editora: Edições Marítimas
Este livro, junto com o anteriormente postado, completa o dueto de maiores clássicos contemporâneos da literatura náutica.
Como li em algum lugar, Bernard Moitessier é o herói dos cruzeiristas, enquanto Eric Tabarly seria o herói dos regatistas.
Classificações à parte, “O Longo Caminho” além de muito bem escrito nos conta a participação do autor na primeira regata de volta ao mundo sem escalas e em solitário, a Golden Globe Challenge, e sua posterior desistência de concluí-la para terminar de outra forma sua jornada, ou como ele se refere, seu longo caminho, indo para o Tahiti.
Nesta viagem ele saiu em solitário de Plymouth na Inglaterra e nos dez meses seguintes, sem nenhuma escala, passou pelo Cabos da Boa Esperança na Africa do Sul, depois atravessou o Índico e cruzou o Cabo Leeuwin na Austrália, atravessou o Pacífico e cruzou o Cabo Horn, depois o Atlântico Sul e novamente o Cabo da Boa Esperança, o Índico, o Cabo Leeuwin e por fim, terminou a viagem no Tahiti.
O livro começa de forma mais técnica, com os preparativos e com os detalhes do início da viagem. No decorrer dos meses que duraram a viagem, o autor passa a demonstrar cada vez mais desgosto com a sociedade ocidental, terminando por desistir da regata e partir para a Ilha de Moorea no Tahiti, por isto a segunda passagem no Cabo da Boa Esperança e no Leeuwin.
O autor provavelmente seria o ganhador da regata, pois estava à frente do segundo colocado que acabou ganhando, Robert Knox-Johnston, o qual tinha partido alguns dias antes, por ter um barco menor.
Embora o autor faça referencia a si próprio como sendo pouco técnico, como mais ligado à natureza e a seus instintos, conversando e cativando os bichos pelo caminho, ele demonstra que fez o planejamento da viagem com muito cuidado, tendo um conhecimento bastante acurado do regime de ventos e dos mares de todas as regiões que passou.
A leitura é muito agradável, com muitas informações técnicas aproveitáveis, tendo inclusive um anexo técnico ao final.
Da mesma forma que Eric Tabarly, o barco de Bernard Moitessier se tornou um ícone da navegação.
Batizado de Joshua, em homenagem ao Capitão Joshua Slocum, que fez a primeira circunavegação solo da história, era um barco construído em aço, de aproximadamente 39 pés, com dois mastros.
Durante sua viagem capotou quatro vezes, sem grandes prejuízos.
Além de tudo, era um belo barco.
Bem interessante, mas não estou encontrando o livro em lugar nenhum, nem na Estante Virtual, agradeço qualquer dica de onde obter, novo ou usado :-)
ResponderExcluirMarco
ResponderExcluirDê uma procurada na Moana, talvez eles tenham:
http://www.moanalivros.com.br/mares.htm
Abs
Parreira
Eu tambem descobri que esse é o assunto que mais me faz ler livros! Tenho vários livros do Amyr Klink e gostaria de trocar livros relacionados a veleiros e aventuras maritimas. abraço!
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