quinta-feira, 16 de maio de 2013

"Cem Dias Entre Céu e Mar", Amyr Klink



Título: "Cem Dias Entre Céu e Mar"
Autor: "Amyr Klink"
Editora: Companhia das Letras (atual)

Parece redundante falar sobre o Amyr Klink. Talvez ele seja o navegador brasileiro mais reconhecido pelo grande público, e mais ainda pelos amantes do mar.
Seu reconhecimento não é por acaso, ele de fato realizou alguns feitos memoráveis, além de ser um grande incentivador e entusiasta das viagens, da região polar, dos barcos, da construção naval etc.
Talvez apenas um preconceito meu, mas acho que a superexposição dele na mídia gerou algum prejuízo na sua imagem.
Mas é só impressão mesmo, pois quando paro para ler ou reler algo que o Amyr escreveu sempre volto a admirá-lo. Muito.
Além de ser um ótimo escritor, Amyr demonstrou em todas suas expedições bastante coragem, capacidade de planejamento e estudo das condições do local onde iria.
Pode parecer que todas suas viagens foram fáceis de serem organizadas, mas pelos livros se confirma que os percalços foram muitos, com problemas de logística e financeiros, como qualquer desses projetos trás.
Vide também como exemplo as construções dos barcos do Éric Tabarly, os Pen Duick’s . Duas histórias de como a força de vontade pode muitas vezes fazer a roda rodar, mesmo que o terreno seja acidentado.
Escolhi este livro dele para meu primeiro post por ter sido de fato o primeiro que li e o primeiro que ele escreveu. Utilizei na foto da capa a edição que tenho, do antigo Círculo do Livro, que devo ter comprado em 1990 mais ou menos.
O livro trata da travessia do Atlântico em solitário a remo, em um pequeno barco de quase 6 metros chamado IAT, que hoje faz parte do acervo do Museu Nacional do Mar - Embarcações Brasileiras, localizado em São Francisco do Sul, Santa Catarina, no qual já estive e que recomendo a visita.
Amyr saiu em 10 de junho de 1984, de Lüderitz, na Namíbia, com destino ao Brasil, numa viagem que durou – como diz o título do livro – cem dias.
Uma das características do IAT de que me lembro bem era de que ao invés de se projetar um barco que não virasse, Amyr em função das condições de tempo e mar que possivelmente pegaria, optou por um barco que virasse com facilidade, mas que também – e mais importante – desvirasse muito rapidamente. Assim, em situações de mar muito complicado ele poderia se fechar no barco – fazendo alguns giros esperados – a fim de esperar a tormenta passar.
Realmente não me lembro se isto chegou a acontecer durante a viagem, mas foi uma solução que me marcou na época que li.
Com certeza postarei aqui outros livros dele, todos os que li são muito bons.

Um comentário:

  1. Muito bom, ele é uma excelente planejador e grande navegador, recomendo.

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